Tudo o que temo me sobrevirá



Queremos poupar de sofrimento os que nos são queridos.  Algumas vezes tomados pela onipotência, acreditamos que podemos resolver por eles coisas que só a eles cabe resolver. É tão grande aquilo a que chamamos de amor que os sufocamos como árvores de longos galhos em cuja sombra todos vêm repousar. Esquecemo-nos: as árvores são para dar guarida temporária. Os viajantes passam, desfrutam os benefícios e retomam viagem. Assim são os filhos, assim cada pessoa querida é. Cada um nascido para empreender sua própria jornada, fazer escolhas próprias ainda que a nós pareçam errôneas, perigosas, fadadas ao insucesso.

É natural que nos preocupemos com aqueles a quem amamos. Preocupar-se demais, porém, é inferir o futuro e interferir no presente de forma muitas vezes nociva.

Há pessoas que se incomodam além do normal. Pensam frequentemente em coisas ruins, prenunciam desgraças. Acabam por criar situações desagradáveis para si próprias e para seus familiares. Comprometem de forma acirrada o momento presente. Interferem na vida das pessoas a quem amam e impregnam o ar de presságios e desventuras. Criam ambiente de nervosismo e se tornam extremamente desagradáveis. Se alguém querido saiu para assistir a um show de rock a pessoa não pensa em desejar-lhe um bom espetáculo. Preocupa-se em adverti-lo que pode chover, que raios são perigosos, que a noite está fria e a pneumonia anda grassando na cidade e assim por diante. “E, se alguma coisa acontecer” torna-se uma frase-chave.

Existem realmente estas pessoas. Podemos observá-las em vários núcleos familiares quando não no nosso. Mães são grandes exemplos disso. Por medo do que possa acontecer a seus rebentos elas os superprotegem. O medo gera uma atmosfera negativa que é transferida para filhos e filhas. Forma-se uma família interna que acredita que “nada vai dar certo, tudo de ruim pode acontecer”.

É preciso que mudemos nosso padrão mental. Pensamentos geram comportamentos. Se realmente penso que o mundo é um lugar amedrontador e que dele devo proteger a mim e aos que me cercam, a própria barreira colocada por mim através de meu pensamento não me permitirá ver nada positivo.

Quando descobriu a flor do castanheiro Edward Bach intuiu que ela serviria para o medo de que coisas ruins acontecessem a entes queridos. Interessante é notar que o fruto do castanheiro dá alimento durante todo o inverno. Também o Red Chestnut, assim se chama o floral do castanheiro, oferece a possibilidade de fornecer amparo aos que nos são caros. Permite que nos tornemos o porto seguro onde os navegantes param para refazer-se, retomando seu caminho próprio e único. Ele promove consciência e possibilidade de alterarmos nossos pensamentos, para que nos sobrevenha bem-aventurança e não desgraças.

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