As conjunções
são classes de palavras que estabelecem relações entre duas orações. Dentre
elas existem as conjunções adversativas que estabelecem relações de oposição e
de adversidade.
Ocorreu-me que
aos adeptos do pessimismo apetece-lhes fazer uso das conjunções adversativas
para colocar entrave no que aparentemente está bem, no que não há necessidade
de botar reparo, já que mas, porém, contudo, todavia, servem para
exprimir oposição, para contradizer o que antes foi dito.
Sem fazer
apologia de Poliana, personagem do livro de Eleanor H Porter, publicado em
1913, que li em minha infância, menina órfã, que sofre muitas agruras, mas
jamais deixa de deixar aflorar seu lado otimista, prefiro pessoas
exageradamente otimistas àquelas que sempre acham algo sobre o que reclamar e
que conseguem desconstruir o que de bom lhes acontece.
Elas começam por
dizer algo bom, algo de positivo: Hoje o dia foi bom, não tive problemas no
trabalho, mas tropecei quando voltava para casa e quase torci o tornozelo.
Conheci um cara
na balada e ele foi muito gentil comigo, diferente dos outros não quis me levar
para a cama, acompanhou-me até em casa e apenas me beijou. Foi muito bom, mas
você não acha que esmola demais faz o Santo desconfiar?
Há aquelas que
se aproveitam de problemas de saúde para utilizar-se profusamente das tais
conjunções: A dor na coluna, melhorou muito, porém estou preocupada que retorne.
Eu recuperei meus movimentos, mas estou magra demais, envelheci dez anos!
Minhas dores de cabeças melhoraram, contudo não me sinto bem. Fiz preenchimento
no rosto e ficou bastante bom, porém essas rugas em volta dos olhos estão me
atrapalhando.
Penso que esses
seguidores da adversidade possuem, guardadas no baú da memória, situações em
que ser feliz, estar bem, viver sem nenhum problema pode levar a algum castigo,
terrível, desconhecido, sabe-se lá o que mais. Lembro-me de minha avó que me
dizia para não rir na sexta-feira, muito, pois eu poderia chorar no domingo; lembro-me
de um ditado que diz: Desgraça pouca é bobagem. Já ouvi alguém dizer que se as
coisas estão indo muito bem, algo pode acontecer que as boicote. São crenças,
negativas e teimosas. Ficam rondando nosso subterrâneo, prontas para irromper a
cada vez que nos propomos a melhorar nossa vida.
Ocorro-me também
que as adversativas podem estar a serviço ou não da adversidade, basta mudar as
orações, basta coordená-las de modo diferente. Parece bobagem, mas dá
resultado. Estão vendo? Acabo de fazer uma frase desse tipo: parece bobagem,
mas dá resultado. Coloco a frase não positiva e completo com a positiva. Digo:
torci o tornozelo, mas Graças a Deus estou me recuperando bem. Não estou com boa
aparência, mas há recursos dos quais posso lançar mão para melhorar. Vou
transformando o pessimismo em otimismo. Ou pelo menos vou tirando o pé do lodo
da adversidade. Não nego o mal que vem, mas não embarco nele, busco maneiras de
coordenar minha vida para melhor.
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