Florais e o nosso verdadeiro jeito de ser



Foi-nos perguntado se no período em que se está tomando os florais, mudanças ocorridas em nosso modo de pensar poderiam influenciar as pessoas que vivem conosco.

Na realidade, este pode ser o caso. Repercussões para a família, amigos, casamento, relacionamentos podem na verdade ser enormes. Afinal de contas, aqueles com quem vivemos estão acostumados com nosso jeito de ser. Se somos subservientes ou indecisos, então eles podem ser pegos de surpresa se de repente tornamo-nos assertivos, decisivos e firmes com os pés no chão. Possivelmente, a subserviência formava a base do relacionamento em primeiro lugar. Neste caso, alguém era feliz com a solicitude de seu parceiro, porque isto lhe permitia adotar um certo estilo de vida e qualquer intrusão neste sentido poderia causar ressentimentos.

De uma forma mais incisiva, aqueles não felizes à procura de direção e realização por terem descoberto seu verdadeiro caminho, através da essência floral adequada, poderiam decidir não continuar com seu velho estilo de vida.

Então, sim, as consequências poderiam ser dramáticas, podendo realmente impactar os outros. Mas num nível filosófico, também necessitamos estar atentos ao nosso propósito de vida e às lições que devemos aprender para perseguirmos nossas próprias metas e ambições. Como disse o Dr. Bach: “Se nós seguirmos nossos próprios instintos, nossas próprias vontades, nossos próprios pensamentos, nossos próprios desejos, nada conheceremos além da alegria e da saúde.” Isto pode parecer uma abordagem egoísta, mas novamente, o Dr. Bach tem algumas coisas sábias a dizer:

“Nossa alma (a pequena voz, a própria voz de Deus) fala-nos através da intuição. Nossos instintos, nossos desejos, nossos ideais, nossos gostos ou desgostos ordinários devem ser levados em conta porque a alma sabe que experiências são necessárias para uma personalidade em particular. Qualquer que seja o comando, trivial ou importante, um desejo para uma outra xícara de chá, ou uma mudança completa dos hábitos de vida, deve ser sabiamente escutado.

Nossas vontades e nossos desejos não devem ser confundidos com as vontades ou desejos de outras pessoas tão frequentemente implantados em nossas mentes, ou em nossa consciência, que é uma outra palavra para a mesma coisa.

É somente quando tentamos controlar ou regular outra pessoa que somos egoístas. Mas o mundo tenta contar-nos que é egoísmo seguirmos nossos próprios desejos.

Quanto mais dificuldades aparentes em nosso caminho, mais podemos estar certos de que nossa missão é válida. Muitos reprimem seus desejos reais e parecem cavilhas quadradas em buracos redondos: e através dos desejos do pai, um filho torna-se um soldado, um homem de negócios, quando seu verdadeiro desejo é ser carpinteiro; ou através da ambição da mãe para ver sua filha bem casada, o mundo pode perder outra Florence Nightingale. Este senso de dever é então um falso senso de dever, e um des-serviço para o mundo; resulta em infelicidade e, provavelmente, em uma grande parte da vida desperdiçada antes que o erro possa ser desfeito.

Tudo que temos que fazer é preservar nossa personalidade, para termos nossa própria vida, para sermos capitães de nosso próprio barco. Assim tudo ficará bem.”

Bach, E. (c1931) Free Thyself, Howard, J. e Ramsell J. ed. (1990) Original Writings of Edward Bach, Saffron Walden, C. W. Daniel Co. Ltd., p. 44-48.

As essências estão aqui apenas para ajudar-nos a fazer isso: a escolher o caminho que devemos seguir. Talvez em fazendo isso, nossas vidas mudem em tamanha extensão, ou de tal maneira, que outras pessoas em nossa vida devam enfrentar as mudanças também. E eles por sua vez terão que lidar com seu próprio caminho. Como o Dr. Bach disse, nós só podemos ser responsáveis pelo nosso próprio destino. Nós podemos desejar proteger o outro não fazendo mudanças que nós pensamos que podem ferir ou provocar desconforto, e podemos pensar que isto é amável e “estar fazendo a coisa certa”, mas com efeito estamos ignorando aquela “pequena voz interna”. Ao pensar que sabemos mais, não estaremos interferindo com a vida e o destino nosso e dos outros? Não podemos saber o grande esquema das coisas, mas podemos assegurar que o nosso trabalho de vida, dentro do grande todo, é simplesmente seguir o caminho que se nos apresenta, guiados por nossos instintos, nossa intuição, e aceitando a sabedoria daquela “pequena voz” que nos mostra o caminho.

Tradução: Edição 18 - Volume 7 - Outubro 2003 – The Bach Centre

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