Não conheço
ninguém que não tema a loucura. Mas, afinal, o que é loucura? Se for falta de
discernimento, o mundo está louco. Pelo menos, boa parte dele está. As maiores
atrocidades vêm acontecendo pelo planeta afora. Guerras absurdas. Verdadeiros
genocídios. Tudo perpetrado por líderes aparentemente tomados pela loucura.
Grandes egos a serviço do caos. Aparentemente ego forte deveria ser sinônimo de
equilíbrio, mas não é. Países governados por egos-monstro têm revelado a
loucura em sua forma mais atroz. Parece que a loucura não se ausenta quando há
um ego forte. Egos fortes derrapam em sede de poder e perdem controle. Mas, o
que é perder o controle? Se é deixar de ter limites, todos já perdemos o
controle. Alguns completamente. E se perder controle é loucura, esta dama
despenteada está instalada em seu trono e mira-nos com seu turvo olho e sua
boca ensanguentada. Esta loucura nos come e bebe diariamente. Ela se mostra
quando regras são ditadas pelos bandidos, quando civis não podem mais sair às
ruas, quando policiais tremem de medo por suas famílias e já não sabem mais
quem são seus inimigos. Mostra-se quando meninas, quase crianças são usadas
como prostitutas. Ela se mostra em nós quando não tomamos conhecimento com o
que acontece ao nosso semelhante, quando fechamos os olhos e nos embebedamos de
horror a ponto de acreditar que não há nada que possamos fazer. Nossos egos
devem ser fortes, sim. Para que nos preservemos, para que cuidemos de nós, de
nossa saúde, física, mental, espiritual. No entanto há momentos em que nosso
ego deve ser afastado, para que mergulhemos em nós mesmos em busca de um
refúgio seguro, lá onde é possível encontrar a luz que leva ao discernimento.
Discernimento que não visa somente a coisas materiais, discernimento que não
serve a propósitos egoístas. Este momento de afastamento em que o Ego deve atuar
como expectador, em que a mente deve estar livre de pensamentos, não é um
momento de loucura. É, ao contrário, momento de humildade, momento de buscar
unidade. Se todos os líderes assim agissem, encontrariam dentro de si soluções
para o sofrimento daqueles a quem lideram. Se nós assim agíssemos mudaríamos
nossa vida no dia a dia, e transformando pequenas células, transformaríamos
pouco a pouco nosso mundo.
Edward Bach,
médico e idealizador do sistema dos florais de Bach, foi um homem preocupado em
aliviar o sofrimento da humanidade. Dentro dele buscou sempre respostas para
ajudar seu semelhante a viver melhor e plenamente. Intuitivamente encontrou nas
flores remédio para lidar com as emoções desequilibradas, instaurando nas
pessoas qualidades positivas e harmônicas. Ele não tinha o menor problema em
mergulhar dentro dele mesmo para ouvir o que tinha a lhe dizer seu regulador
interno, ou seja lá que nome tenha. E que coisas ouviu! As flores murmuraram em
seu ouvido que haviam sido criadas para auxiliar pessoas a lidarem com suas
emoções. Ele testou cada essência nele próprio e confirmou sua eficácia. Então
as liberou para o mundo, para que todos pudessem delas fazer uso. Uma das
essências chama-se Cherry Plum e é extraída da flor da cerejeira. Quem já viu uma
cerejeira em flor jamais se esquece do espetáculo que ela oferece. Pois bem. É
deste modelo de perfeição e delicadeza que se faz o floral Cherry Plum
utilizado para harmonizar emoções tais como o medo da loucura, o medo de fazer
mal às pessoas, o medo de suicidar-se. Cherry Plum é uma essência que reestabelece
o controle. Não se trata do controle que a sociedade nos impõe através de suas
regras, nem de um controle forjado em que as emoções são guardadas até
explodirem - aliás este é um dos aspectos inarmônicos do Cherry - mas de morder
a cereja e acessar sua polpa, assim como devemos acessar o que em nós é único e
verdadeiro. O Cherry Plum vai nos fazer entender que, para não perder a cabeça,
devemos seguir o caminho do coração. Vai nos ajudar a entender nossos
sentimentos em relação aos nossos semelhantes. Principalmente vai nos permitir
ver que a loucura é tão mais ameaçadora quanto mais nos afastarmos daquilo que
precisamos de fato ver em nós. Para isto precisamos manter nosso ego sem
inflações doentias, precisamos aquietar nossa mente, para que nossa alma não se
perca por caminhos sem volta e com ela carregue nossa tão estimada sanidade.
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