Segundo
Jordi Cañellas, biólogo, botânico e ecologista, as flores representam o que
idealizamos e são o auge da vida ou do ciclo anual de um vegetal; nas flores a
energia se apresenta em seu máximo, tanto que em alguns casos chegam a gerar
calor para derreter a neve ao seu redor. As flores, segundo ele, se relacionam
com o elemento fogo que reúne em si propriedades como a sublimação, o calor, a
espiritualidade, o magnetismo e é o elemento origem dos outros três e do quinto
elemento, a vida.
Sou uma
terapeuta encantada pelas flores com sua delicadeza, sua beleza, sua sutileza e
especialmente sua capacidade de trazer equilíbrio ao ser humano. É através
delas que se fazem os remédios ou essências florais. Elas têm linguagem própria
e observando-as e testando-as Edward Bach desenvolveu seu sistema cujo objetivo
é tratar os desequilíbrios mentais e emocionais. Funciona muito simplesmente.
Conversamos com a pessoa e fazemos um levantamento do que a incomoda no
momento, no plano mental e emocional. Depois ministramos a essência ou
essências necessárias, no máximo seis, esperamos de quinze a vinte dias e
reavaliamos. Na medida em que as essências são tomadas outras emoções vêm à
tona, ou seja, adquire-se consciência do que estava guardado por medo, por
insegurança, por necessidade de manipulação ou por vários outros motivos.
E assim caminhamos, tratando o que é necessário tratar, introduzindo luz onde
havia escuridão. O objetivo maior é descobrir o remédio-tipo, que equivale mais
ou menos ao remédio de fundo na homeopatia, porém nem sempre o alcançamos.
Muitas vezes são tratadas somente as situações e, devolvido o equilíbrio ao
indivíduo naquele momento, o tratamento se encerra. Para aqueles que desejam
trabalhar mais profundamente consigo mesmos o floral descortina infinitas
possibilidades de entendimento interior e de consciência de quem se é. Oferece
beleza e possibilidade de entender que aqui estamos por algo valioso: nossa
missão de vida. Esta missão não precisa ser algo grandioso aos olhos dos
outros, pois é, por si só, grandiosa, quando dela damos conta.
Explico-me. Se estou neste mundo, por essas paragens, para ligar com um lado
meu que é dominador, então meu objetivo será trabalhar com meu jeito de ser,
sem jogá-lo fora, sem esquecê-lo escondido dentro de armário escuro. Meu lado
dominador será minha força, pois lutarei para equilibrá-lo e poderei ser, quem
sabe, uma grande líder, a voz de alguém menos forte.
Se sou do
tipo que gosta de viver bem com todo mundo e que paga para não se meter em
brigas, poderei lidar com minhas máscaras e me colocar a serviço, da
diplomacia, poderei ser um grande negociador. E assim por diante poderei sempre
honrar-me como pessoa única e indispensável. Poderei, também, aprender a
respeitar as outras pessoas como são. Desta forma, todos faremos parte de uma
grande família. Cada membro está por aqui para vencer um determinado desafio e
para realizar algo em próprio benefício e em benefício da humanidade.
As flores
oferecem o melhor da planta, transformado em remédio e se prestam à maravilha
para que encontremos nosso caminho de individuação.
Pensadores
e poetas perceberam o poder dessas princesas da natureza e as louvaram.
Interessante em que em seus tributos observaram características que batem com a
personalidade das pessoas. Sabemos que o floral Clematis é indicado para
aqueles que vivem no mundo dos sonhos, pensando em um futuro distante,
sonolentos e fantasiosos; os poetas ingleses costumavam chamar essa delicada
trepadeira de retiro da virgem. Outros a chamaram de alegria do viajante. Em
seu poema Endimião, John Keats fala de uma planta que lembra a Clematite: “Uma
coisa bela traz alegria para sempre: seu encanto cresce: nunca se transforma em
nada; para nós guarda continuamente, abrigo sossegado, e um sono cheio/ de
doces sonhos, de saúde e calmo alento./ assim a cada novo dia tecemos/ um ramo
de flores que nos prende à terra. Sobre a Madressilva, a Honeysuckle, utilizada
para aqueles que se perdem no passado, Robert Herrick escreveu: ...ouvistes seu
doce cantar/ e as vistes em uma ciranda;/ cada virgem igual a uma fonte,
coroada de madrissilvas./mas agora não vemos nenhuma delas aqui, onde pisaram
seus pés delicados/seus cabelos despenteados/suavizaram estes prados./ como
perdulários gastastes/ vossas provisões e agora necessitados/ aqui ficais
sozinhos a lamentar/ tudo o que perdestes.
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