Desesperar, jamais



Na classificação dos estados emocionais, segundo Edward Bach, há um grupo voltado para o Desesperar. Afinal o que é desesperar? Segundo o dicionário é perder a esperança, afligir-se muito, ficar muito irritado com alguma coisa, ficar desalentado. Para efeito do tratamento com florais voltados para o desespero a pessoa tende a mergulhar em sensações de fracasso, de não aceitação, de incapacidade, de impossibilidade de consolo. Muitas vezes ela sente vergonha do próprio corpo ou se incomoda com sintomas físicos desagradáveis especialmente os que envolvem secreções - Crab Apple. Há aquela que se sente sobrecarregada por excesso de responsabilidade e, temporariamente, duvida de sua capacidade – Elm. Por vezes avança todos os limites, sobrecarregando-se de obrigações que não poderá cumprir, sentindo-se fracassada quando cai doente porque não suportou o estresse acumulado – Oak. Existe ainda aquele tipo, que embora capaz, duvida de seu potencial e sempre acha que vai fracassar o que o impede de tentar muitas coisas na vida - Larch. Não podemos deixar de falar, também daquela pessoa que, por sentir-se culpada pelos erros dos outros mergulha em um desmerecimento existencial que a impede de agir e de ser feliz - Pine. Há os que mergulham em um grau extremo de desespero, aqueles que atingiram o limite, porém continuam lutando – Sweet Chestnut. Devemos citar os que passaram por choques e traumas e que se sentem sem possibilidade de consolo, impotentes diante das situações terríveis pelas quais passaram - Star of Bethlehem. Finalmente temos a pessoa que se refugia na mágoa, no negativismo, na autopiedade, a famosa “vítima” – Willow.

Novamente queremos ressaltar que os sintomas apontados são os de uma situação não harmônica. O objetivo é devolver a harmonia a esses estados. Para isso é preciso que o Practitioner, que é um profissional formado pelo Instituto Bach, esteja muito atento às queixas daqueles a quem atende para que a escolha dos florais siga padrões de qualidade e precisão. Aproveitando a oportunidade gostaria de falar sobre o que significa ser um Practitioner de Bach. Pessoalmente acho o nome meio pedante. Para mim Praticante dos ensinamentos de Bach estaria de bom tamanho. E o que é ser Praticante dos ensinamentos de Bach? Primeiro, é praticar em nós mesmos aquilo que acreditamos. Ou seja: podemos trabalhar nossas emoções e quanto mais próximos estivermos de nosso Eu-Superior, ou Self, ou Voz interna, ou Verdade interna, não importa que nome vamos dar, mais êxito teremos. Ser Praticante é buscar autoconhecimento sempre! É ajudar o ser humano que nos procura a encetar a mesma busca. É ajudá-lo a entender suas próprias emoções. É funcionar como um professor que ensina a partir da experiência vivida e não lançando sobre o aluno um monte de conceitos livrescos e jamais experimentados. É ajudá-lo a abrir a rosa, pétala por pétala, para descobrir em seu cerne, o seu jeito único de ser. É ter sensibilidade suficiente para perceber quando é ou não o momento de despetalar a rosa. É não invadir em momento algum aquele ser que o procura com confiança e esperança de cura. É agir com sinceridade em qualquer circunstância, porém com extrema gentileza e compaixão. É evitar a todo custo que problemas pessoais interfiram na relação com outro.
Alguém dirá que todos aqueles que lidam com pessoas dentro da relação terapeuta/paciente deveriam ter tais cuidados. É verdade. Mas, será que todos têm? Ouso dizer, nem todos. Talvez nos preocupemos em tentar nos colocar na pele do outro: o que chamamos de empatia. Talvez tentemos falar de forma mais amena sobre o desequilíbrio do paciente: o que chamamos de compaixão. Talvez indiquemos formas de resolver problemas, jeitos tais, remédios, tais: o que chamamos de solução. Porém, se são só superfícies, não funcionam. O que funciona mesmo é o paciente perceber que “na casa do ferreiro o espeto não é de pau”, ou seja, o Praticante também está trilhando um caminho de autoconhecimento.

Outra coisa fundamental é a parceria que o Praticante faz com o paciente no sentido de que juntos vão chegar a um consenso de que essências podem ser apropriadas e benéficas para seu desconforto emocional.

Porém o mais importante é que o Praticante ajude a quem o procura a trazer para fora o que já existe dentro de cada um de nós: a capacidade de cura que se reflete no trazer de dentro o estado emocional positivo.

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