Vocês repararam
que a velhice mudou de nome? É Terceira Idade. É melhor idade. É correr dos
anos. É ter muita experiência. É ser idoso. A mim parece que pode ser tudo
isso, mas continua a ser velhice. Ficar velho é inadiável. Fico velho desde meu
nascimento. Anos são acrescentados a mim. Hoje sou bebê, amanhã sou menino,
depois adolescente e adulto. Como menino sou velho para o bebê, para o menino o
adolescente é velho, para o adolescente o adulto é velho. Nunca me esqueço de
quando era menina no auge de meus doze anos e um professor se apaixonou por
mim. Alguém me contou sobre suas intenções e eu fiquei enojada. Afinal ele era
um velho. Tinha trinta e três anos o tal velho. Eu tinha razão. Era mais velho
do que eu. Tinha mais peso nos ombros e mais velhice. Eu tinha o peso de 12
anos. Eu era mais leve em termos de velhice. No entanto eu estava, também,
ficando velha. Só que ia demorar para aparecerem os sinais. Então velhice vai
acontecendo, nos primeiros anos mais devagar, depois mais rapidamente, depois
com sintomas, alguns bem difíceis de suportar. Eu levo bastante tempo para
perceber que estou ficando velha e mesmo quando sou uma pessoa jovem que não se
trata e que tem sinais de envelhecimento, ainda assim não percebo, imbuída que
estou de minha condição de jovem. Sei que há um tempo em que as células começam
a deteriorar e não se refazem como dantes e que há explicações científicas para
o envelhecimento e blá, blá, blá. Verdade mesmo é que o tempo gosta de tornar
as pessoas mais velhas. Já dizia o poeta que ele, o tal de tempo, não espera no
porto, não apita na curva, não espera ninguém. Um dia, olho-me no espelho e me
assusto. Há rugas, flacidez, meu rosto já não é o mesmo. Corro a olhar para o
corpo e descubro que não sou mais a atlética criatura que há algum tempo me
precedeu. Dou-me conta de que brevemente terei a aparência de uma velha. Para
todas as pessoas. Elas me olharão e seus olhos refletirão a minha aparência de
uma velha. O importante é como vou chegar lá. Vai ser doloroso? Vai! Vou me
perguntar muitas vezes por onde andará o jovem ou a jovem que eu era? Vou
me rebelar muitas vezes com minhas incapacidades físicas, com minhas
limitações. Se vou!
Então já que não
há como saltar o muro, ou fugir para longe, ou fechar os olhos ou tapar os
ouvidos no que diz respeito à tal de velhice vamos torná-la menos difícil.
Vamos ser jovens por dentro e aceitar com galhardia as modificações externas.
Sob o ponto de
vista da cura pelos florais um grupo que ajuda demais é o Grupo do Interesse
pelo Presente. Velhos precisam estar no aqui e agora. Todos precisamos, mas
para os velhos é fundamental a conexão com a realidade. Viver no passado com
pensamentos sobre o que poderia ter sido é veneno mortal. A felicidade diz
adeus, pois está lá guardada em um tempo que não existe mais. Perigoso é que
nos abandone. Honeysuckle é o floral que pode ajudar e muito a respeitar o
passado como experiência vivida que oferece lições para serem aplicadas no já.
Viver no futuro, também é uma forma de alienação. Parece que as pessoas de mais
idade não vivem no futuro, mas algumas vivem, pensando sobre como vão
concretizar seus ideais. Outras ficam apegadas a pessoas queridas que já
faleceram e imaginam como vai ser quando os encontrarem do lado de lá. Enquanto
isso o lado de cá fica abandonado, casa vazia, caramujo sem enchimento. Essas
pessoas têm pouca ligação com a realidade e quando ficam doentes não se
incomodam em se cuidar. Gente velha com essa tendência pode apresentar graves
problemas de memória e muita dificuldade de ficar por aqui, neste mundo.
Clematis é o floral adequado para restituir o interesse pelas coisas do mundo.
E o que dizer
dos pensamentos obsessivos que causam tormento mental. Muitos de nós sofrem
desse problema, são os pensamentos que nos tomam e não nós que os controlamos.
Quem tem essa tendência a ser comandado pelos pensamentos à medida que o tempo
passa será cada vez mais um sofredor mental. Muitos já observaram como pessoas
mais velhas tendem a repetir estórias e a ruminar coisas que lhes aconteceram.
White Chestnut é de extrema ajuda em tais momentos, pois limpa os pensamentos e
aumenta a capacidade de concentração.
Chestnut Bud é
outro floral. Para que serve? Para que aprendamos com as experiências. Mas,
velhos não deveriam aprender com a experiência? Não, necessariamente. Há
pessoas que repetem os mesmos erros no transcorrer de suas vidas. Sabem, aquele
tipo que se casa três, quatro vezes, sempre com parceiros que ostentam os
mesmos defeitos e descascam o mesmo abacaxi, com cascas diferentes pela vida
toda? Pois é! Essa essência ajuda a aprender com as velhas lições, a se
tornar mentalmente mais ativo e a procurar a causa de suas mazelas para
encerrar ciclos.
Agora vamos
falar de resignação e indiferença. Coisas das quais podemos ser acometidos se
não tomarmos cuidado no decorrer de nosso envelhecimento. Há pessoas que
relutam em mudar, a quem faltam ambição e energia. Essas são podem ser vítimas
de apatia na velhice. Wild Rose restabelece o interesse pela vida, pelo
trabalho e pelo mundo em geral.
Não há como
deixar de citar a depressão. Falo aqui da depressão, de fato, não da tristeza
que chega com motivo e pertinência, mas aquela sensação desconhecida que apaga
nossa felicidade e que leva a uma vontade de não fazer nada, de abandonar tudo.
Sensação na maioria das vezes cíclica. Bom é prestar atenção se não sofremos
desse comportamento, usualmente, pois se não cuidamos disso nossa velhice será
muito, muito difícil. Mustard é o floral da depressão causada por motivos
desconhecidos. Restabelece a alegria de viver e ajuda a entender a causa de
melancolias inexplicáveis.
Por último e não
menos importante temos um floral chamado Olive. Para aqueles que se sentem
esvaziados física e mentalmente, a quem falta energia. Para os que passaram por
um período de doença prolongada. Traz restauração de forças e vitalidade
quesitos muito importantes para aqueles já entrados em anos.
Recomenda-se
como medida de precaução que os florais sejam ministrados de acordo com a
personalidade de quem vai se beneficiar deles ou de acordo com situações que se
apresentem eventualmente. Importante é que lancemos olhos sobre nós mesmos e
nossas emoções e nossas não harmonias e nosso jeito de ser. Sempre. No decorrer
de nossa vida para que ao atingirmos o auge de nosso envelhecimento possamos
estar inteiros.
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