Confundimos frequentemente
intolerância com impaciência. À primeira vista as duas coisas realmente se
confundem. Impacientes e tolerantes, implicam com os outros. São irritadiços.
Não têm paciência para com os defeitos de seus semelhantes. Se olhamos de
perto há muitas diferenças. A impaciência, segundo a conceituação de Edward
Bach, diz respeito à dificuldade de lidar com o tempo. Impacientes não suportam
lentidão. Tudo deve ser feito às pressas. Não dá para esperar nada.
Tornam-se escravos do tempo. Aliás, tempo é a palavra-chave de Impatiens.
Dá para lembrar aqui do coelho de Alice, personagem de Alice no País das
Maravilhas, de Lewis Carroll. Para quem não conhece, o coelho aparece para
Alice no jardim e ele tem um relógio de bolso, que ele consulta todo tempo. Ele
diz sem parar “Estou atrasado, estou atrasado.” Impatiens jamais querem estar
atrasados. Eles têm por meta realizar coisas o mais rapidamente possível. Tudo
deve ser transformado em ação rápida e eficaz. As pessoas que os cercam, se não
forem rápidas como eles, atrapalham. Devem ser afastados aqueles que podem
prejudicar o desempenho das criaturas “Impatiens”. Se ficam doentes não
querem ficar de cama. Não há tempo para tratar das mazelas. O tempo deve ser
bem aproveitado. O tempo deve ser manipulado. É por essa razão que os que
têm características de Impatiens gostam de trabalhar sozinhos, evitando delegar
tarefas. Não é à toa que a essência pertence ao Grupo da Solidão ou Grupo dos
Solitários. Naturalmente estamos falando aqui de um impaciente em
desequilíbrio. É que existe sim impaciente equilibrado: alguém com tendência à
impaciência que se mantém em equilíbrio. Claro que esse indivíduo nunca vai ser
lerdo, sempre vai querer cumprir horários, vai terminar o que se propõe a
fazer, vai aprender a aceitar a ajuda de outras pessoas.
Agora vamos
falar um pouco da intolerância. O floral que diz respeito a ela chama-se Beech
e pertence ao Grupo dos Dominadores. A palavra-chave de Beech é crítica.
Intolerantes em ação criticam demasiadamente as pessoas porque acreditam que
estão sempre certos. Ao olhar de um Beech em desequilíbrio o mundo se
descortina cheio de falhas. O dedo indicador de um Beech está sempre apontando
para o que ele não considera certo. Seu domínio é exercido através da palavra
ferina que se instala porque ele não consegue aceitar as diferenças entre as
pessoas. Pensa que as está ajudando a encontrar um modo melhor de ser porque,
afinal de contas, ele não comete erros. “Beechs” vivem dizendo que as pessoas
são burras. Apegam-se a detalhes. Focam apenas o negativo. Lembrei-me daquele
personagem da tevê que detestava perguntas óbvias. Se alguém lhe perguntava:
Nossa, o senhor está aqui? Ele respondia. Não. Estou lá, o senhor não está
vendo? Pois é, esse homem ficava extremamente irritado por nada!
A esta altura
você deve estar pensando que não há coisas boas a dizer das pessoas realmente
intolerantes. Pois há. Beechs equilibrados conseguem apontar o lado positivo
das coisas, possuem altos ideais, conseguem vencer a rigidez e passar
conhecimento com sabedoria e retidão. São capazes de julgar com discernimento o
que é a forma de criticar positivamente. São excelentes orientadores. Segundo
Edward Bach, Cristo seria um grande exemplo de um Beech em equilíbrio. Quem
diria!
Aí está. Dá para
perceber pelo pouco que foi escrito que um intolerante não é um impaciente, não
é? Agora, se alguém ao mesmo tempo estiver vivenciando a impaciência e a
intolerância em desequilíbrio a coisa vai se tornar realmente intolerável. É
hora de dar a eles muito Beech e muito Impatiens. E sair de perto.
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