Lembro-me de que
quando era ainda uma mocinha, li um livro de uma tal de Eleanor H. Porter sobre
uma menina chamada Polyanna que jogava um estranho jogo: o jogo do contente. A
menina era órfã e fora viver com uma tia azeda e neurótica. Aparentemente não
havia motivos para que ela se sentisse bem, muito menos para que estivesse a
jogar algo que a levasse a ficar feliz. Porém era isto que ela fazia no
decorrer do livro. Penso que as mães na época em que li o livro tinham
intenções outras: quem sabe não tomaríamos para nós um pouco do jeito da
Polyanna, quem sabe, pelo menos ficássemos mais boazinhas.
Bem, eu o li e
fiquei muito comovida. A protagonista conseguia todo tempo transformar as
coisas tristes em coisas alegres ou pelo menos utilizá-las para fazer coisas
construtivas. Ela transformava a cidade com seu jeito de ser e conseguia
modificar a própria tia que parecia um caso perdido.
O tempo passou
para mim e já mãe de três filhos resolvi contar-lhes a estória da menina do
jogo do contente. Talvez também tivesse eu motivos escusos: quem sabe o de
poupar minha casa de tantas artes! A estória foi contada, não rendeu muita
coisa e eu para falar a verdade, do alto de minha maturidade, achei-a bem
bobinha!
Há pouco tempo
ao falar dos florais e de sua forma de atuação lembrei-me de Polyanna. É que
sempre ao tratar das essências das flores eu explico que elas vão atuar
trazendo harmonia ao que está em desarmonia. Vão ajudar o indivíduo a buscar
dentro de si coisas que possam tirá-lo da situação emocional que o está
desequilibrando. O floral vai atuar como o jogo do contente. Porém não se trata
de magia. Se tivermos medo devemos promover em nós o exercício da coragem, se o
ódio nos atingir buscaremos o amor para combatê-lo, se o desânimo nos acometer
buscaremos a esperança e por aí vai. Todos os opostos residem dentro de nós e
estão a nossa espera para que sejam acessados. As essências ajudam a trazê-los
à superfície e ajudam a estimular o nosso potencial positivo para que haja um
empenho em lutar pela própria saúde.
À semelhança de
Polyanna, acredito na possibilidade de encontrarmos dentro de nós mesmos as
soluções para o que nos perturba. O floral é um grande ajudante porque traz
consciência, porém o serviço maior fica por nossa conta: estaremos mesmo
dispostos a olhar para as nossas mazelas? Estaremos mesmo dispostos a mudar
nossas sinapses a começar pelos nossos hábitos? A menina Polyanna mudou seus
hábitos e mudou o de outras pessoas, através da palavra positiva, através da
mentalização de imagens harmônicas, através da capacidade de fazer com que as
pessoas percebessem nelas mesmas suas reservas de força. Sua estória não me
parece mais tolinha, parece-me simples, e para mim é na simplicidade que reside
a cura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário