Dolências

Construíste um som dentro de mim.
Moveste meu corpo além do bater de estacas.
Talvez, menos que o sopro de um serafim.
Talvez um maior bater de asas,
porém com doçura e complacência.
Desde então danço neste ritmo.
Não identifico, mas me acalma.
Talvez nesse contar milímetros,
acariciar minha alma: honrar dolências.

Tudo um pouco

Do nada sei a ponta retorcida,
bico de lenço mordido,
meia unha do dedinho,
um grão de bico perdido.
E vou montando um tudo.
Do nada sei um fio de cabelo,
fiapo de manga cuspido,
meia rosa no vestido,
um quarto de rosto no espelho.
E vou montando um tudo.
Do nada sei pequeninos pedaços
decorações do mundo:
passo a passo, vou montando um tudo.

Comunicação Compassiva





Em tempos de comunicação, vários meios, várias tecnologias, nunca nos comunicamos tão pouco. Nunca nos entendemos tão pouco. Perdemos contato com nossa essência e, sem esse contato não é possível acessar a essência de nossos semelhantes. A essência exige ouvir, exige silêncio. Não há silêncio, há muitas vozes, muitos conceitos, pouca capacidade de agir em prol do outro, em prol, também do outro que nos habita e que precisamos acessar. Comunicar é muito importante, mas precisamos desesperadamente de uma comunicação que envolva o coração, que envolva a compaixão por nós mesmos e pelo nosso semelhante. O filósofo Henry  Myers disse que os eruditos deveriam se dedicar mais ao cerne da literatura que é a visão interior e menos a estudos puramente técnicos e estéticos. Concordo com ele. Queremos tanto respostas que colocamos valor apenas no conhecimento racional, esquecendo que há um mundo interior riquíssimo, onde podemos encontrá-las, assim como no poema “Procura da Poesia do famoso poeta Carlos Drummond de Andrade. “Penetra surdamente no reino das palavras, lá estão os poema que esperam ser escritos.” E ainda, “ Chega mais perto e contempla as palavras, cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres, trouxeste a chave?”

Comunicar-se bem no sentido de realmente entender nosso semelhante envolve a capacidade de não julgamento, não crítica, não arraigadas crenças, onde nos definimos como os donos da verdade e interferimos na vida do outro. Envolve o que chamamos de empatia, que é substantivo belo, porém difícil de ser colocado em ação. É preciso que o coração esteja envolvido, e se o coração está envolvido, amor é necessário. Outra linda palavra tão difícil de ser sentida! Pois o amor é algo que está disponível nesse reino que habita em nós, mas precisa ser invocado, precisa ser libertado! O amor esteve em cativeiro. Temos sentido tanto medo de amar, pois envolve sofrer, que é experiência mais que necessária para nossa individuação. Melhor é fingir que estamos bem, nossos sorrisos plastificados nas redes sociais, nossos Selfs, que infelizmente fogem de seu sentido original, que é nosso centro interior.

Preciso é que chamemos o amor.  O caminho passa pela identificação de nossas emoções e dores, passa pela identificação de nossas necessidades, passa pela humildade em dizer que preciso do outro, que a escuta do outro é importante para mim. É preciso ter coragem, pois há mil facetas nossas que desconhecemos!  É preciso levar a chave e estar disposto a abrir a porta!

O trabalho com a Comunicação Compassiva está a serviço desse processo de selecionar o que nos pertence perscrutando nosso interior, para observar o entorno sem julgamentos nem críticas, para dispensar o outro de carregar o peso de nossos erros e de nossas distorções. Finalmente para com verdade e leveza, sentir o outro com sua humanidade, sentir que somos todos esses seres que sofrem e que precisam desesperadamente de um coração que os acolha.

Em tempos de comunicação, vários meios, várias tecnologias, nunca nos comunicamos tão pouco. Nunca nos entendemos tão pouco. Perdemos contato com nossa essência e, sem esse contato não é possível acessar a essência de nossos semelhantes. A essência exige ouvir, exige silêncio. Não há silêncio, há muitas vozes, muitos conceitos, pouca capacidade de agir em prol do outro, em prol, também do outro que nos habita e que precisamos acessar. Comunicar é muito importante, mas precisamos desesperadamente de uma comunicação que envolva o coração, que envolva a compaixão por nós mesmos e pelo nosso semelhante. O filósofo Henry Myers disse que os eruditos deveriam se dedicar mais ao cerne da literatura que é a visão interior e menos a estudos puramente técnicos e estéticos. Concordo com ele. Queremos tanto respostas que colocamos valor apenas no conhecimento racional, esquecendo que há um mundo interior riquíssimo, onde podemos encontrá-las, assim como no poema “Procura da Poesia do famoso poeta Carlos Drummond de Andrade. “Penetra surdamente no reino das palavras, lá estão os poemas que esperam ser escritos. ” E ainda, “ Chega mais perto e contempla as palavras, cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres, trouxeste a chave? ”

Comunicar-se bem no sentido de realmente entender nosso semelhante envolve a capacidade de não julgamento, não crítica, não arraigadas crenças, onde nos definimos como os donos da verdade e interferimos na vida do outro. Envolve o que chamamos de empatia, que é substantivo belo, porém difícil de ser colocado em ação. É preciso que o coração esteja envolvido, e se o coração está envolvido, amor é necessário. Outra linda palavra tão difícil de ser sentida! Pois o amor é algo que está disponível nesse reino que habita em nós, mas precisa ser invocado, precisa ser libertado! O amor esteve em cativeiro. Temos sentido tanto medo de amar, pois envolve sofrer, que é experiência mais que necessária para nossa individuação. Melhor é fingir que estamos bem, nossos sorrisos plastificados nas redes sociais, nossos Selfs, que infelizmente fogem de seu sentido original, que é nosso centro interior.

Preciso é que chamemos o amor.  O caminho passa pela identificação de nossas emoções e dores, passa pela identificação de nossas necessidades, passa pela humildade em dizer que preciso do outro, que a escuta do outro é importante para mim. É preciso ter coragem, pois há mil facetas nossas que desconhecemos!  É preciso levar a chave e estar disposto a abrir a porta!

O trabalho com a Comunicação Compassiva está a serviço desse processo de selecionar o que nos pertence perscrutando nosso interior, para observar o entorno sem julgamentos nem críticas, para dispensar o outro de carregar o peso de nossos erros e de nossas distorções. Finalmente para com verdade e leveza, sentir o outro com sua humanidade, sentir que somos todos esses seres que sofrem e que precisam desesperadamente de um coração que os acolha.

Venha participar do Workshop de Comunicação Compassiva no dia 26 de agosto, das 9hs às 12h30.