Há
pessoas que cultivam o passado, outras fogem dele. Há as que o utilizam para
melhorar o presente, há as que fazem dele muleta e desculpa para continuar
absolutamente como são. O fato é que do passado não podemos fugir. O passado é
memória e lembranças. E memórias e lembranças estão conosco, são nossa bagagem,
não importa se alegres ou tristes, pouco se lhes dá que queiramos acessá-las ou
não.
Sob o ponto de
vista dos florais de Bach há um floral que diz respeito exclusivamente ao
passado, que é o Honeysuckle, mas ouso dizer que no Grupo do Desinteresse no
Presente há algumas maneiras interessantes de se levar em conta o passado. Seja
para se ater a ele ou para ignorá-lo. Vamos a elas:
Se repetimos
muitas vezes os mesmos erros, se tendemos a manter padrões já ultrapassados,
coisas que já conhecemos e sabemos, mesmo que não racionalmente que já não nos
servem, estamos lançando mão do passado para nossa desvantagem. É como se
repetíssemos o ano, como se não saíssemos mais do mesmo ano escolar, como se
alguém tentasse nos ensinar coisas e elas entrassem por um ouvido e saíssem por
outro. Não aprendemos as lições. Estamos resistentes às mudanças. O passado não
nos ensina nada de útil e paradoxalmente é do que ele tem de pior que nos
utilizamos. Quem não conhece alguém que se casa inúmeras vezes com pessoas
violentas e se queixa de apanhar? Ou se queixa de que é enganada frequentemente
em questões de dinheiro? E, no entanto continua agindo da mesma forma. Essas
pessoas viveram coisas repetitivas no passado, mas não se lembram. Para elas o
Chestnut Bud é indicado; é um floral feito a partir do botão da árvore do White
Chestnut, outra essência floral de Bach, antes de desabrochar. Vai ajudar e
muito aqueles que não aprenderam com a própria experiência, sequer com a dos
outros, para os que têm dificuldade de aprender com os erros do passado.
E se ficamos a
recordar coisas que já se foram? Olhamos por cima de nossos ombros e nos lastimamos
por um tempo que já foi melhor. Quando éramos mais moços e mais bonitos e mais
felizes. O passado neste caso anda de mãos dadas conosco. Não serve também de
experiência, pois não é uma lição e sim um motivo para lamentação e desgosto
sobre o que nos acontece no presente. Nunca mais vamos ser felizes, como um dia
fomos! Ou então, ficamos presos a coisas que nos aconteceram, não tão boas, que
não conseguimos esquecer. Aquele caso de amor que não vingou e que nos impede
de viver melhor no presente. E as pessoas que se foram para outro lado da vida
e das quais não conseguimos nos libertar? E as oportunidades que perdemos e não
soubemos aproveitar. Todas estão lá no passado, não podem ser modificadas no
tempo que já se foi. O que se pode fazer é aproveitá-las no presente, preservar
o que tiveram de bom, no aqui e agora, para tornar melhor nossa vida e nosso
cotidiano. Neste caso o floral Honeysuckle feito a partir das flores,
conhecidas como Madressilva, é recomendado.
E quando ficamos
no mundo da lua, fora da vida real, lá no mundo do faz de conta? Quando
pensamos num mundo à nossa frente, dissociado do presente, distante do passado.
Um mundo ideal! Neste caso o passado não interessa. A memória é frequentemente
ruim tanto para coisas recentes quanto para coisas mais antigas. O que existe é
um lugar próprio interno onde coisas são criadas, mas nem sempre são trazidas
para a realidade. Entre passado, presente e futuro a pessoa escolhe o futuro.
Entre o mundo exterior e interior escolhe o último. Assim dons criativos que
poderiam ser aproveitados e que são características desses indivíduos, muitas
vezes se perdem. As flores do Clematis, trepadeira silvestre, cujo nome popular
é “alegria do viajante”, servem para preparar a essência adequada, que
propiciará retorno à realidade, interesse no mundo real e manifestação de
potencial criativo.
Curiosamente,
gente há que não têm memórias. É como se suas memórias tivessem sido banidas.
Não se lembram da infância, não se lembram. Parecem não ter passado. São
acometidas por melancolias sem razão aparente que lhe roubam a alegria e a
vontade de viver. Não conseguem fazer conexões entre seu estado e sua vida.
Conscientemente eles não guardaram experiências passadas, mas seu corpo
continua a sofrer, sem entendimento. Assim, lhes sobrevêm depressões. É preciso
que haja uma reconciliação com o passado que não se conseguem acessar. As
flores de Mustard com suas cores amarelo-dourado, lança luz sobre a escuridão
que invade os que estão neste desequilíbrio e conduz à alegria e à tranquilidade
internas e ao entendimento das experiências passadas.
Há ainda os
apáticos, resignados, a quem falta esperança. Por algum motivo deixaram de ter
motivação para viver. Não são do tipo que optem por morrer, mas também não
optam por viver com garra e com vontade. São conformados. Não buscam prazer e
se tornam pessoas chatas e monótonas. O seu passado pode revelar tendências
familiares semelhantes, mas não se importarão com isso. Ao contrário, dirão: É
de família! É assim mesmo que as coisas devem ser!
A tarefa dos que
sofrem deste desequilíbrio é entrar na vida, parar de aceitar as coisas como se
fossem destino imutável, deixar que a alegria se instale. A essência mais
apropriada para ajudar pessoas neste estado é Wild Rose, extraída da Rosa Canina.
E os que ficam
ruminando? Tomados por pensamentos que não lhes dão tréguas? Pensando no que
poderiam ter dito e não disseram? Têm mentes extremamente agitadas, sofrem de
insônias. Sentem suas cabeças congestionadas. O Doutor Bach dizia que as mentes
dessas pessoas escapam dos assuntos que estão sendo discutidos, perdem a
concentração e permitem que pensamentos não resolvidos e, talvez mais
importantes, aflorem à superfície.
São como discos
de gramofone cuja agulha emperrou. Pensamentos obsessivos os colocam em
situações que não podem ser mais resolvidas, muitas por pertencerem ao passado,
pois já se foram e muitas porque estão tão confusas que os impedem de se
fixarem no presente. Em desequilíbrio estão sempre pré-ocupados, ou seja,
preocupam-se antes de que as coisas realmente aconteçam. Que floral indicar?
White Chestnut cujas flores são lindas, semelhantes a pequenas árvores de
Natal. Os benefícios são paz mental, quietude interior, abertura da mente.
Por último temos
aqueles que estão exauridos fisicamente, mentalmente e espiritualmente por
processos advindos de grande tensão. Por exemplo, quando acompanhamos doenças
longas, tomando conta dos enfermos, quando trabalhamos muito e esgotamos nossas
energias, quando estamos em convalescença. Quando esgotamos nossas energias.
Geralmente este estado se manifesta quando não aguentamos mais. Acontece porque
deixamos de lado o cuidado com nossa energia vital. Comandamos o ontem de nosso
corpo sem precaução. Usamos inadequadamente nossas forças e abusamos de nosso
físico. Olive é o floral adequado. Vem das florzinhas da Oliveira, árvore
sempre verde, que não perde suas folhas nem no outono, nem no inverno. Não é
difícil entender, então, que a essência sirva para permitir conexão com as
energias interiores e consequente regeneração do corpo, da mente e do espírito.
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