As palavras
fascinam-me. Acho delicioso usá-las. Elas fornecem infinitas possibilidades de
dizer. Agrupam-se, mudam de posição. Permitem muitas vezes que encontremos
sentido em algo de que não havíamos dado conta. Trazem conhecimento e novas
formas de pensar a vida e de entendê-la. Quantas vezes, se colocada em lugar
adequado, a palavra vem esclarecer coisas que desconhecemos. Quantas vezes nos
acode em momentos de confusão mental.
Como admiramos
aqueles que sabem utilizar as palavras! E que influência tremenda elas exercem
sobre nós! Especialmente a palavra falada. É por isso que eu as divido em
palavras mudas e palavras falantes. As mudas ficam lá deitadas no papel. Podem
ter muito conteúdo, exercem grande influência sobre as pessoas, mas não têm o
peso das palavras falantes. É que as falantes têm som e o som é uma força
inimaginável. Pensemos em duas palavras: “Heil Hitler” entoadas por milhões de
alemães. Todos nós sabemos o que foi gerado a partir delas! Pensemos nas
campanhas políticas, todas elas acompanhadas por bordões cantados a elogiar
candidatos de caráter duvidoso. E estamos cansados de saber como dão
certo. E o que dizer do treinamento para soldados e sua litania que
incita à disciplina sem questionamentos. Se queremos fixar algo na mente de
alguém nada mais eficaz que a repetição de palavras. Jesus Cristo dizia que não
é o que entra pela boca que contamina o homem, mas sim o que sai da boca do
homem. Sai Baba diz que ao dizermos a verdade devemos ser gentis embora firmes.
O que se fala pode provocar grandes mudanças, para melhor ou para pior. Já
notaram como alguém que fala mal de alguém pode levar um grupo inteiro a sentir-se
desconfortável? Já perceberam como críticas que condenam podem desconstruir as
boas intenções de um indivíduo? A palavra é mesmo poderosa. Acompanhada de som
pode ser avassaladora. Pode contaminar grupos inteiros, provocar guerras,
provocar catástrofes de âmbito mundial. Então, porque não utilizá-la para o
bem? Eu sei que muita gente vai dizer: nossa como é ingênua essa senhora. Pois
é, que seja! Esta senhora ingênua, que sou eu, acredita no bem. Acredita nas
palavras como emissárias do bem ou do mal. Assim, que tal evitarmos as críticas
sem sentido, os comentários maldosos? Que tal utilizarmos as palavras, tão
amplas, tão ricas, a serviço de uma construção sólida que nos permita auxiliar
o nosso semelhante e mudar o nosso entorno? Que tal engolirmos as
falantes palavras que vêm para ferir e marcar? Pesquisas têm demonstrado
que as palavras emitidas com conteúdo positivo modificam as moléculas da água,
agrupando-as de forma a formarem desenhos de rara beleza. Imaginemos então, nós
que somos 70% de água o que podemos provocar emitindo sons harmônicos
acompanhados das palavras adequadas?
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