Penso
no valor de um amigo. Aquele que coloca ouvidos à disposição. Aquele que não
julga, aquele que não critica. Que oferece o ombro e não tem medo de que lhe
sejam inundadas as roupas. Aquele a quem a dor do outro não atemoriza, pois
sabe que de dores é também a passagem pela vida. Aquele que se emociona junto e
se mostra humano. Aquele que olha nos olhos para resgatar a humanidade do
amigo. Aquele principalmente que não se afaste no afã de oferecer soluções ou
aquele que ao oferecê-las por achá-las viáveis de acordo com sua própria ótica
espera que a sigamos religiosamente. Procuro um amigo a quem não afaste o
desespero. A quem não afugente a mudez quando as palavras se tornarem sangue e
a alma estiver lutando por ser resgatada. Procuro um amigo que não me leia
sermões, que não me recomende missas. Que me abrace o amigo, o coração aberto e
a mente afastada de desafios. Que reze comigo e seja compassivo para que em nós
se faça a igreja desejada.
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